quinta-feira, 27 de junho de 2013

Os balancins da mosca




   Como a mosca-doméstica consegue fazer acrobacias aéreas complexas e precisas? Quando atingida por uma rajada de vento, como ela consegue corrigir sua trajetória e manter o curso? Dentre outras coisas, o segredo está em dois minúsculos apêndices chamados balancins, ou halteres, localizados atrás de cada asa. 

   Um balancim parece uma vareta com uma saliência na ponta. Durante o voo, os balancins se movimentam para cima e para baixo no mesmo ritmo que as asas, só que na direção oposta. Cientistas descobriram que os balancins ajudam a mosca a manter estabilidade durante o voo.

   Com suas saliências nas pontas, os balancins “se movimentam numa direção específica, como o pêndulo de um relógio”, segundo a Encyclopedia of Adaptations in the Natural World. Se, durante o voo, uma mosca faz uma curva repentina — intencionalmente ou por causa de uma rajada de vento —, “a haste do balancim se torce”, diz a enciclopédia. “Essa torção é detectada por um aglomerado compacto de terminações nervosas ligadas ao balancim, e as informações são transmitidas ao cérebro para que a mosca possa fazer os ajustes necessários e se manter . . . no curso.” Por isso, as moscas são extremamente ágeis e difíceis de ser pegas.

   Engenheiros acreditam que uma tecnologia baseada nos balancins poderá ter inúmeras aplicações, como no desenvolvimento de robôs, insetos voadores micromecânicos e veículos espaciais. “Quem imaginaria que uma criatura tão pequena e desprezada como a mosca poderia nos ensinar tanto?”, escreveu o pesquisador aeroespacial Rafal Zbikowski.

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