quarta-feira, 23 de julho de 2014

O coletor solar da asa da borboleta





 PARA reduzir a dependência da humanidade de combustíveis fósseis, cientistas estão ansiosos para aumentar a eficiência da captação de luz dos coletores solares. Um cientista disse: “Pode ser que a solução desse problema estivesse . . . batendo delicadamente as asas bem na nossa frente.”


 Para se manterem aquecidas no frio, as borboletas abrem bem suas asas sob o sol. As asas de algumas espécies de borboleta são notavelmente eficientes em captar e absorver luz solar. O segredo dessas espécies não está apenas no pigmento escuro de suas asas, mas também na estrutura de cada escama que cobre as asas. Essas escamas são microscópicas e têm uma superfície ondulada. Os “vales” dessa superfície são formados por conjuntos de cavidades parecidos com um favo de mel. As “montanhas” dessa superfície, por sua vez, direcionam a luz que incide sobre elas para os “vales”. Essa estrutura engenhosa capta a luz solar, fazendo com que as asas fiquem extremamente pretas e absorvam calor, o que aquece a borboleta com extraordinária eficiência.
Escamas na asa da borboleta têm conjuntos
 de cavidades em forma de favo de mel 


 O site de notícias Science Daily disse: “As asas da borboleta podem estar entre as estruturas mais delicadas da natureza, mas elas têm inspirado pesquisadores a desenvolver novas tecnologias que duplicariam a quantidade de gás hidrogênio produzido com água e luz solar — um gás que será um dos combustíveis verdes do futuro.” Outros possíveis usos da estrutura das asas da borboleta incluem instrumentos ópticos e células solares.






O sistema anticolisão do gafanhoto



 UMA NUVEM de gafanhotos pode conter uns ‘80 milhões desses insetos por quilômetro quadrado’. Mesmo assim, eles não colidem uns contra os outros.



 Atrás de cada olho composto do gafanhoto existe um neurônio chamado detector lobular gigante de movimento. Quando parece que vai haver uma colisão, esses neurônios enviam mensagens para as asas e pernas, fazendo com que o gafanhoto aja rapidamente. Essa reação é cinco vezes mais rápida do que um piscar de olhos.


 Os olhos e neurônios do gafanhoto inspiraram cientistas a desenvolver um sistema computadorizado que permite que um robô móvel detecte objetos e se desvie deles, sem a necessidade de radares complicados nem detectores infravermelhos. Pesquisadores estão usando essa tecnologia para reduzir o número de colisões entre veículos por equipá-los com um sistema de alerta rápido e preciso. “Ainda existe muito a aprender de um inseto tão simples como o gafanhoto”, disse o professor Shigang Yue, da Universidade de Lincoln, Reino Unido.